O histórico impressionante de Thiago Silva no MMA já está colocando o brasileiro entre os melhores atletas da categoria no Ultimate Fighting Championship. Depois de atropelar Houston Alexander no UFC 78, o invicto Thiago enfrentará o também brasileiro Antônio Samuray, que não perde há 11 lutas. Em entrevista exclusiva ao site TATAME, Thiago Silva falou sobre seus treinamentos na American Top Team, sua relação com Jorge Patino Macaco, seu ex-treinador, suas lutas no UFC e a participação de seus ex-companheiros de Chute Boxe, Wanderlei Silva e Shogun, no Ultimate. Confira abaixo a entrevista completa com Thiago Silva.
Como surgiu de você ir treinar na American Top Team?
Quer que eu fale a verdade? (risos) Cheguei a um ponto em que minha carreira começou a deslanchar bastante e precisava de uma estrutura maior. A academia onde eu treinava em São Paulo , com o Macaco, já não estava dando muito certo, as negociações, a parte financeira estava entrando em conflito e resolvi vir para a América. Eu conhecia o Alex Davis, que é meu empresário. Ele é amigo de infância de um amigo que me indicou, renegociei meu contrato do UFC com ele e me ofereceu a equipe para treinar. Fiquei curioso e vim ver como era, vi que o treino é maravilhoso, galera super profissional, estou me dando muito bem e é a minha nova casa agora.
Como foi sua conversa com Macaco com relação a isso?
Infelizmente não foi uma parada legal que aconteceu com o Macaco, foi lance financeiro. Acho que todo mundo tem o direito de ganhar seu dinheiro, ele como treinador e empresário e eu como lutador, só que infelizmente ele estava querendo ganhar mais do que era justo, comecei a me sentir lesado e saí fora, a verdade foi essa. Ele colocou na revista (TATAME #144) que eu abandonei ele, só que na realidade ele quis me forçar a assinar um contrato que não seria legal para mim.
Como é o seu contrato com a equipe aqui?
Já estou fechado com a ATT, com o Alex Davis, um contrato longo e bem interessante. Foi um contrato justo para ambas as partes, todo mundo feliz.
E o UFC? O Dana White falou que você já está entre os Top 10?
Minha relação com o evento está maravilhosa. Gosto muito do Dana White, me trata muito bem e não tenho o que reclamar. Está muito bem e me empenho bastante, faço meu trabalho que é treinar e quem treina sempre alcança o que quer. Eu estou com meu objetivo traçado e estou me empenhando para isso.
E a próxima luta, já tem estratégia traçada?
Vou lutar com brasileiro, infelizmente, é sempre chato lutar com brasileiro, mas estou aí para trabalhar. Não escolho adversário, de o Ultimate quer que eu lute com ele eu vou lutar, estou treinando, sei que ele é striker e nada me intimida, se ele gosta de trocar eu também gosto. Eu gosto é de lutar, tanto faz lutar em pé ou lutar no chão. Minha tática é segredo, né (risos). Eu vi poucas lutas dele na internet, aparentemente, pelo que vi, nunca pegou algum atleta de nível internacional, acho que não tem nada demais. Ele está tendo a oportunidade dele e estamos aí. Teoricamente venho de uma luta bem mais difícil.
O que você achou da sua última luta?
Achei o Houston um atleta muito forte, explosivo. Treinei muito, fiz um treino tático bem especifico porque ele tem um soco muito forte, a mão dele onde entra é perigoso de cair mesmo. Consegui impor o jogo e fiz a base, que era o chão. Pelas lutas dele, ganhou todas na trocação. Ele nunca foi pra baixo, então ninguém sabe o jogo dele no chão, e tive que desbravar essa parada aí para ver como é. Consegui fazer a tática certa e matei o jogo.
Quem você acha que é o cara mais forte da sua categoria?
Eu estava comentando com o Gesias que essa categoria tem muitos altos e baixos, é difícil apontar um cara só. Tem muitas pessoas, atletas bons. Tem o Forrest Griffin, que vai disputar o cinturão agora, o Chuck Liddell… Tem muitos altos e baixos. Não tenho preferência, luto com qualquer um.
Você que foi da Chute Boxe, se pintar Wanderlei ou Shogun, você lutaria?
Adoro o Wanderlei, o Shogun, são meus amigos, pessoas que me ajudaram muito e desenvolveram meu Muay Thai, mas como eu disse, é meu trabalho, minha profissão, se tiver que lutar com eles vou lutar. Vai ser uma luta dentro do ringue, lá fora somos amigos, mas não tenho porque não lutar com ele.
Parece que você teve um problema com o Banha no ano passado… Você tem vontade de lutar com ele?
Eu não sei, parece que deixei ele meio apaixonado por mim, porque nunca fiz nada para ele, nem conheço ele direito, ele está sempre jogando na mídia que quer lutar comigo e não sei o que… Se ele quiser lutar comigo, estou aí para lutar, faça o trabalho dele, chegue onde estou e lute comigo.
O que você espera da luta do Wanderlei com o Keith Jardine?
Uma luta boa, são dois caras fortes tecnicamente, muito duros na porrada, agüentam muita porrada e estou torcendo pro Wanderlei, mas será uma luta dura.
No Brasil você estava sobrando na categoria, era muito maior que os outros, mas no UFC você não é tão grande assim… O que acontece no UFC para que os atletas cheguem tão grandes?
A conclusão que eu cheguei aqui é que a gente está na América, um país de primeiro mundo, tem muito mais incentivo para tudo, pra treinamento, alimentação, então ele consegue manter uma disciplina de treinamento forte e concreto. No Brasil, infelizmente, a gente não tem isso. As empresas não auxiliam o esporte, os melhores lutadores do mundo são brasileiros e o próprio país não enxerga isso. Às vezes o lutador tem que trabalhar por fora para poder se manter, porque nosso país não tem essa infra-estrutura que tem na América, e isso conta, óbvio.
Quem são seus melhores treinos aqui na ATT?
Aqui a galera é toda de alto nível, mas em especial gosto muito de treinar com o Wilson Gouveia, Jorginho, Pezão, a galera mais pesada que convive mais comigo no dia-a-dia. Pezão nem se fala, Jorginho é fenômeno…
Em termos de aprendizado, quem são os treinadores, como eles estão trabalhando você?
Aqui temos bastante treinador. Tem o Wally, nosso treinador de Muay Thai, que está fazendo um trabalho legal com a gente, tem o André, nosso preparador físico, o Howard, nosso professor de Boxe, o Carmelo, professor de Wrestling, o Libório… Estamos cercados por uma elite de lutadores… Você sente o resultado em muito pouco tempo. Tem que acompanhar a evolução, mas estar em um país subdesenvolvido, que é o paraíso, muito bom de se viver, mas que infelizmente na nossa profissão o pais não acompanha.
Como você acha que vai ser a luta do Jorginho?
Vai destruir. O cara está fenomenal aqui, ele luta de igual para igual com os pesos pesados, muito técnico tanto em cima como no chão, está no caminho de se tornar um dos fenômenos o Vale-Tudo mundial na 83kg.
O que você espera do Quinton contra o Forrest?
Uma luta muito dura. Quinton Jackson é um atleta muito bom de mão, um Wrestler muito bom, mas por outro lado o Griffin é bom de mão, Wrestilng e tem um chão bom. Se ele botar pra baixo, tem certa vantagem.
E o Shogun? Você acha que ele vai voltar bem nessa categoria?
Ele tem tudo, conheço ele pessoalmente, é um fenômeno, só quem treinou com ele pra saber mesmo. Essa ultima luta infelizmente não sei o que aconteceu e ele não conseguiu ganhar, mas ele bem treinado é muito difícil de segurar.

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